As Práticas Integrativas e Complementares (PICS) são voltadas a tratamentos que utilizam recursos terapêuticos, baseados em conhecimentos tradicionais e evidências cientificas e trata o paciente de forma integral, considerando corpo, mente e espírito para equilibrar o indivíduo como um todo.
Segundo dados do Ministério da Saúde, hoje são ofertadas, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 29 PICS, institucionalizadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPIC), regulamentada pela Portaria 971, de 3 de maio de 2006 e ampliada pela Portaria 849, de 27 de março de 2017.
Com foco na melhoria do atendimento aos pacientes da rede municipal, a Prefeitura de São Sebastião, por meio da Secretaria de Saúde (SESAU), realiza um projeto piloto dando início a essas práticas junto a grupos de apoio de Barequeçaba e Toque-Toque Grande desde o final de setembro.
Em Barequeçaba, o projeto ocorre quinzenalmente, às quartas-feiras, no Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora Aparecida, a partir das 8h. Nesta quarta-feira (30), 32 pacientes da unidade participaram da ação. Na ocasião, eles tiveram acesso a palestras de medicina antroposófica, medicina germânica, fitoterapia, acupuntura, reiki, arte terapia e dança circular. O próximo encontro será na quarta-feira (13/11).
O projeto é idealizado e coordenado pelas servidoras públicas Glauce Emmerich e Giliane Ribeiro, que também é a enfermeira responsável pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) Barequeçaba.
Segundo Glauce, essas práticas são ofertadas a pacientes da USF Barequeçaba e a moradores de toda área de abrangência da unidade, que vai desde a Praia de Pitangueiras a Calhetas. “Os nossos grupos são quinzenais, mas o trabalho de acupuntura é semanal. Tudo isso é parte de um projeto piloto que pretendemos implantar gradualmente em todas as USFs do município”, explicou.
Em Toque-Toque Grande, as ações do grupo ocorrem bimestralmente. A próxima prática em Toque-Toque Grande será na terça-feira (12/11), às 14h, no Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora Imaculada.
“Hoje, em Barequeçaba, nós tivemos 32 pacientes no grupo. Estamos sentindo que a população está aderindo bem ao projeto. Os pacientes de acupuntura estão muito satisfeitos com o resultado do tratamento. Hoje, eles experimentaram também o reiki, dança circular e souberam um pouco sobre as plantas medicinais e seu uso seguro. Além destes participantes se sentirem acolhidos, começam a entender a importância e o benefício das PICS para a nossa saúde e bem-estar”, completou Gláucia.
Ainda de acordo com ela, este projeto visa implementar as práticas integrativas em saúde, sendo iniciado junto a grupos de apoio em Barequeçaba e Toque-Toque Grande, para hipertensos, diabéticos e saúde mental, gestantes, mães e bebês, ofertando práticas integrativas como yoga, meditação, ariculoterapia, massoterapia, fitoterapia, aromaterapia, acupuntura, dança circular, shantala, reiki, medicina antroposófica e outras.
Além dessas práticas, o projeto também inclui o acompanhamento domiciliar para pacientes acamados, domiciliados, gestantes de alto risco em repouso absoluto e seus cuidadores.
Moradora de Barequeçaba, a professora Eliana Roset, 60 anos, participou da ação nesta quarta-feira e aprovou a iniciativa. “Eu, como moradora aqui do bairro, estou adorando este projeto terapêutico. O trabalho de acupuntura é maravilhoso e tem me feito muito bem”, avaliou.
Após a consolidação dos grupos e a conscientização dos pacientes sobre a importância das práticas integrativas, uma agenda também será aberta para atendimento de acupuntura, auriculoterapia e medicina antroposófica para usuários com dores crônicas e demais pacientes que necessitem dessas práticas. O projeto também visa iniciar um grupo de yoga para toda população da área de abrangência ESF de Brequeçaba.
De acordo com as idealizadoras, as práticas oferecidas na unidade contribuirão para maior adesão ao tratamento de hipertensos e diabéticos; diminuição dos índices de hipertensão e diabetes; redução dos níveis de estresse e ansiedade entre os participantes dos grupos de saúde mental; redução do uso de medicamentos alopáticos e higiene do sono; melhora da qualidade de vida para os pacientes acamados, seus cuidadores e gestantes de alto risco; adoção por parte dos pacientes de práticas de autocuidado; redução de dor crônica; melhora da condição física e mental dos pacientes; conhecimento para o uso seguro de plantas medicinais e fitoterápicos**;** diminuição das patologias e sintomas das gestantes, mães e bebês e integração das PICS como parte do cuidado contínuo em saúde.
A idealizadora Giliane Ribeiro conta como o projeto vem acontecendo. “Estamos muito felizes com o resultado do nosso trabalho, os pacientes retornam satisfeitos, relatam que estão melhores, principalmente em relação à diminuição de dores crônicas. O objetivo do projeto é trazer qualidade de vida para a comunidade atendida e isso está sendo alcançado”, avalia.
Glauce Emmerich agradece, em especial, à enfermeira obstetra Carla Bruço, idealizadora do Centro Gestacional, onde também são ofertadas práticas integrativas e complementares em saúde a todos os voluntários que contribuíram com a realização do trabalho até aqui. “Quero agradecer imensamente aos voluntários e a toda a equipe das unidades envolvidas, pela dedicação e empenho na execução do projeto, em especial ao acupunturista Claudio Rangel Neto, um voluntário fixo, que realiza cerca de 20 atendimentos semanais e tem obtido resultados satisfatórios em nossos pacientes. Registro também nosso agradecimento às Igrejas Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora Imaculada Conceição por nos ceder os seus salões paroquiais para realização dos grupos. Também agradeço ao prefeito Felipe Augusto, ao vice-prefeito Reinaldinho Moreira e à secretária de Saúde, Laysa Pires, por toda a confiança e apoio”, afirmou Glauce.